terça-feira, 11 de agosto de 2009

O fim do salto alto

Há muito tempo venho percebendo uma mudança no visual extravagante que muitos músicos usavam no começo dos aos 90 e que se estendeu até meados dos anos 2000. Agora, já no final da década, vejo que o salto baixou e muitos cantores e instrumentistas não se mostram mais como deuses intocáveis, mas apenas como talentosos e virtuosos que são.

Com o passar dos anos - até por tê-los como referência - fui acompanhando a mudança de visual de cada um. Nos anos 80, todos usavam botas, calças e coletes de couro, cabelos longos e um semblante sisudo, faltando apenas um pedestal para que fossem endeusados pela plasticidade de seus movimentos, velocidade de suas palhetadas e ligaduras ou tonalidade que suas vozes alcançavam. Hoje, mais pé no chão e com suas carreiras consolidadas, embora já não sob os holofotes do Mainstream, estes artistas se portam como músicos muito mais simpáticos, menos egocêntricos e com visual mais clean. *Dá até para desconfiar se isso tem a ver com maturidade ou se é crise de meia idade mesmo...

Muito bem, a verdade é que uma vez passada a onda Poser dos anos 80, o Grunge e seu minimalismo nos anos 90, todos perceberam que o visual é sim, importante, como já citei aqui anteriormente, mas com o surgimento de novos artistas e mídias como a Internet, onde todos estão cada vez mais próximos de seu público, artistas de "grande porte" têm que se adaptar e por os pés no chão. Se adequarem aos patamares da nova geração, falando a mesma língua. Insistir em um visual e uma sonoridade retrô, talvez mantenha os fãs de antigamente (ou nem eles), mas não conquistará provavelmente uma grande parcela da geração Y, a conhecida Geração Internet.

É comum vermos os artistas de antigamente, que andavam dentro de uma redoma, serem vistos com suas bermudas, camisetas e tênis, algo muito diferente do visual citado acima. Já é possível acreditar que estes caras fazem compras no supermercado, vão ao banheiro, têm seus próprios ídolos e que assistem às mesmas séries que nós; aliás, assistem, pois quem acompanha algum artista no Twitter ou em um blog pessoal, percebe que seus gostos são muito parecidos com o de qualquer um e mostram em reality shows ou em seus posts diários que ser normal é a bola da vez.

A única coisa que nos separa deles, e isso é algo que cada um tem que correr atrás, é a dedicação ao instrumento e os caminhos percorridos até chegarem onde estão hoje. Mas com a Internet isso está cada vez mais perto de cada um de nós. Se hoje o visual não exige o cabelo com laquê, dedique-se, acredite, faça bem feito e nunca esqueça o principal: A essência da música dentro de você.

Até a próxima!