quarta-feira, 2 de julho de 2008

Seus ídolos são SEUS ídolos!

Um dos erros mais comuns que nós, músicos ou não cometemos, é o de achar que o que é bom para nós é bom para todo mundo. Isso é do ser humano, não tem jeito. Quem nunca presenciou ao descer no hall de um elevador, um dos vizinhos ouvindo altíssimo (e acompanhando ainda por cima) um som que faz você pensar se deve entrar de volta ao elevador e descer imediatamente? Ou mesmo quando você está em seu carro e ouve algum adolescente, ou um grupo deles, num Voyage 91 ou num Kadett 94 (sempre são esses carros) ouvindo algo tão alto que não dá pra acreditar que eles consigam ficar dentro do carro ao mesmo tempo que o som está sendo tocado. E como diz um amigo meu, a música que toca nestas situações é sempre ruim.

Mas afinal, o que é ruim, não é? Volto ao tema do post de hoje... o que é bom para mim não necessariamente é bom para você! Eu cheguei um dia a acreditar que alguns clássicos seriam acima de qualquer suspeita, como por exemplo: Beatles, Stones, Bowie, Jorge Aragão, Djavan ou Secos e Molhados. Sem nenhum preconceito com estilos, eu imaginei um dia que haveria ícones em diferentes estilos e que estes seriam aceitos por todos. Mas com o tempo descobri que não é assim. Aliás, um dia descobri que algumas pessoas nem conhecem estas bandas... ok, ok, você vai pensar; Impossível alguém não conhecer em 2008 os Rolling Stones, certo? É, mas não é... Um amigo meu disse que assistindo TV outro dia, ao mostrarem alguma reportagem sobre o Mick Jagger, ela perguntou quem era ele... aí, ele tentou lembrar (pasmem!) o nome da banda em que ele tocava. Bem, ele teve um lapso mesmo, porque eu sou testemunha que ele estava presente no show da turnê The Bigger Bang no Rio de Janeiro em 2007, mas em seguida ele me relatou que não adiantaria nada lembrar o nome da banda porque sua esposa provavelmente não saberia quem eram mesmo.

E não pára por aí... outro dia eu estava no Café Piu Piu, reduto dos roqueiros de plantão da cidade de São Paulo para assistir ao show de uma das minhas bandas favoritas, o Rockover. Aí, estávamos em umas 10 pessoas na mesa, quando a banda fez o cover de Zig Stardust, do Bowie. Aí, na minha euforia olhei para o lado e falei...”Cara, eles vão tocar David Bowie”.... não sei como descreveria a incógnita que ficou no semblante de um amigo meu, afinal, ele NUNCA havia ouvido falar sobre o David Bowie na vida dele.

Bem, o motivo que me fez escrever este post e desabafo, foi que por sermos Humanos, temos a tendência de querer “empurrar” nossas preferências goela abaixo dos outros e isso pode gerar problemas com outros integrantes e até mesmo com o público para quem tocamos. Por isso, tenha sempre em mente que seus ídolos são SEUS ídolos. Claro que você não deve tocar contrariado, mas se você está envolvido em um projeto, tente entender qual seu público alvo, qual o gosto dos outros integrantes e dê suas opiniões, mas não imponha nada. Lembre-se que gosto não se discute. Lamenta-se...rs